Saturday, August 29, 2009

Assorted de sábado à tarde

Eis porque não posso ser intelectual - reside a explicação no seguinte: ouvia eu a radar enquanto ia para s. bento ver uma casa, um t1 pequeno, e ouvi parte do fala com ela onde se entrevistava o herman. Como tive que interromper várias vezes porque não vi só aquela casa, vi outra mesmo na esquina daquela rua que sobe para a escola de belas artes, mais um bébé que nasce e mais um jovem casal que se perde para os subúrbios, assim que cheguei a casa fui ao site da radar ver se já lá estaria a entrevista. Não estava essa mas estava lá uma com o julião sarmento, que ouvi falar pela primeira vez, curiosamente, por causa do herman, porque o artista bastos, aquele personagem do herman enciclopédia, falava muito do julião sarmento. Pus-me a ouvir - aquilo correu-lhe muito mal, o rapazinho foi fintado por uma tal de Inês, que vem das beiras - e há certa altura em que ele diz que o punch drunk love é um dos 10 melhores filmes de sempre e o melhor certamente do PT Anderson. É por tudo isto que eu não posso ser intelectual. Partilho da opinião idiossincrática dos intelectuais, até do timing impróprio para as ter (é possível que agora já muita gente goste do filme, antigamente toda a gente detestava e eu devia ter alguma coisa de errado comigo), e até vejo algumas coisas para intelectuais, mas sempre, sempre, sem querer. O outro encontrava Deus num copo de Whiskey, eu encontro a intelectualidade na tv guia - a sério, há uns tempos encontrei lá uma citação de Sartre em que ele dizia que se devia saber matar o que se ama, e foi assim que conheci Sartre, pena que Sartre seja afinal fosse um pseudo se não hoje seria um homem feito.

O herman é um homem orgulhoso, inquestionado (ele chega a dizer que a Amália não tinha ido para a cama com as amigas lesbicas por crenças religiosas, como se houvesse tal coisa, crenças religiosas), que se acha claramente melhor do que é e que alimenta uma ilusão paranóica sobre a explicação dos seus fracassos, mas é capaz de momentos de Adriano à la Yourcenar. A certa altura refere que o mundo político, as polícias, os tribunais, são como o caçador em relação aos passarinhos. Adoram-nos, há poucas coisas que eles gostem mais, mas como não os conseguem possuir vivos, abatem-nos para os terem perto. Esta frase merece um post.

3 Comments:

Blogger Menina Limão said...

E este post é bem bom.

8:29 PM  
Blogger Luis Gaspar said...

És um amor.

12:42 PM  
Blogger Mónica said...

pois pois para não intelectual tem muitas referências intelectuais, bora lá chamar as coisas pelos nomes

2:21 PM  

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