Não. Se o Woody Allen queria fazer um filme europeu, devia ter percebido que o silêncio - as mansardas com os pios dos pássaros parisienses e o acordeão - é a soma de todos os barulhos do mundo, e não o resultado do espaçamento entediante entre as palavras. O silêncio, na Europa, é um grito. Não falamos mais devagar. Porque, quando se fala mais devagar, invariavelmente dizem-se menos coisas. A sofisticação europeia não é a sofisticação de Nova Iorque, só que mais lenta. O problema é que, na América, até a sofisticação é pró-activa. O que não faz com que a sofisticação europeia seja pró-passiva.